Não existe pior ofensa para mim, do que subestimarem a minha inteligência.
Não sei de onde vem essa necessidade de pensarem que podem colocar situações, perguntas como se fosse algo banal que eu vou engolir sem questionar, sem refletir, sem perceber o que está realmente por trás daquilo. Posso não parecer mas sou a pessoa muito atenta a todos os detalhes que acontecem no que me diga respeito, alguém que adora observar, que lê os silêncios e entende os olhares e expressões dos outros. Não sou tola, nunca fui. E quando me tentam tratar como se fosse, sinto-me diminuída, desvalorizada, como se a minha inteligência, a minha experiência, a minha vivência, fossem colocadas em causa sem pingo de respeito.
Não sei de onde é que surgiu a ideia de que sou uma miúda inexperiente, com sonhos de castelos de areia. Caramba, tenho uma bagagem imensa comigo e, apesar de não a expor o tempo todo, está ali, presente e fará parte de mim para o resto da vida. Eu sei o que é real e o que é falso. E, por mais que me tentem enganar com merdinhas disfarçadas ou palavras doces, ou conversa da treta, como se o meu olhar fosse cego, como se eu fosse alguém incapaz de entender as intenções que se escondem por trás de cada ação... Algo dentro de mim sempre sabe logo quando me estão a tentar fazer passar por parva.
Por isso nunca vou ser empurrada para um lugar onde me sinta pequena onde me tentem fazer de tola. Porque quem sou, o que sei, não depende do que os outros pensam de mim. Depende de mim e são precisas mais do que palavras vazias para me enganar. São precisos mais do que gestos falsos para me fazer duvidar de mim mesma. Eu tenho um respeito enorme por mim e pela pessoa que sou, não me vergo a quem tenta fazer-me de tola ou ingénua.
Se há algo que sei é que, mesmo nas sombras da dúvida e da desconfiança, eu continuo a ver com clareza não fico limitada a ver só o que querem que eu veja.
